sábado, 19 de março de 2011

Analise Spider-Man Shattered Dimensions





Spider-Man: Shattered Dimensions
Pra início de conversa, é um jogo de super-herói. Então, nada mais justo do que esperar alguma porcaria pixelizada, insistindo em durar ao menos quatro horas de um gameplay monótono e repetitivo. Isso, é claro, se desconsiderarmos o Batman: Arkham Asylum, que é provavelmente o Zeus do panteão dos games de heróis.
Bom, não é bem assim o que se dá com Spider-Man Shattered Dimensions. Quer dizer, não me entendam mal: tem bastante lama no meio dessa poça de água limpa, mas não chega a ser o pântano enfurnado no meio de uma fossa, como foi o caso dos quarenta e oito mil últimos jogos baseados no Superman. Sem exagero.
Spider-Man Shattered Dimensions, ao contrário de seu antecessor nominal, o Web of Shadows, tem uma linha de desenvolvimento mais direta, nada de exploração livre. É um jogo de fases. Honestamente? Acho fases um pouco fora de moda para a amplitude que eu esperava de um jogo do Aranha, mas, de algum modo, esse cavaquinho soltou um samba de verdade. Pra um carnaval de bairro, não desfile de escola.
Em linhas gerais, o Mistério, antigo inimigo do Aranha, tenta roubar uma tábua mágica – da Ordem e do Caos… uuuuuuh… que meda (nome brega, sô!) –, mas é impedido pelo Amigo da Vizinhança que, prontamente, para proteger o item de ser roubado, desce uma porradona na porcaria da tábua e a quebra em vários fragmentos, que são espalhados pelas quatro dimensões que os programadores do game puderam enfiar na goela do jogo. Tudo bem que o Spider foi uma anta, mas esse não é o único jogo em que o protagonista é o responsável pela burrada a ser consertada. Então, vale um desconto pro Parker/O’Hara.
Spider-Man: Shattered Dimensions
De qualquer modo, feita a mer… feita a besteira, a Madame Web aparece para falar sobre o blá blá blá das outras três dimensões, e de como os quatro Aranhas deverão se juntar para conseguir reunir as partes, que, usadas pelos vilões, deixam estes últimos mais poderosos. Sempre, como é básico, o jogador é obrigado a passar por um tutorial idiota na primeira fase, mas acho que é um custo justo, afinal sempre há novos jogadores. Bem vindos à família gamer, a propósito! Somos como a famíliaRestart, mas menos irritantes, não nos consideramos uma família e, em geral, detestamos Restart (Sim… já imagino os restartianos me trollando).
Após o tutorial, que eu não conto como gameplay, o jogo, como eu disse, se desenvolve por diferentes estágios. Treze no total. Pequeno o game? É. Um pouco. Mas dá algumas horinhas boas de jogo. Ainda mais se você for um daqueles fanáticos por tokens que simplesmente quer colecionar tudo o que há de colecionável no game. Não sou assim.
Agora, em que pese o caráter linear das fases, ao menos podemos comemorar o fato de que é possível colocar uns upgrades interessantes no Aranha. Aumentar um combo daqui, uma habilidade dali, comprar roupinhas novas. Meio butique essa última opção, mas há quem pague para ver o Ryude roupa de domingo, então fica a dica.
Spider-Man: Shattered Dimensions
O problema do jogo está no combate. Olha, seja quando você joga com os Spiders AmazingUltimate– com a black suit – ou 2099, seja quando você joga com o Noir, o jogo é fácil. Infelizmente, é simples e fácil. Os três primeiros Aranhas que citei sentam a pua em todo mundo, sem dó e sem trabalho. Comprem os ataques de Spin (Y+B no Xbox 360) que vocês não vão morrer. Bom… eventualmente vão, mas depois passam como uma brisa, já que o sistema de upgrades do jogo acaba por te conceder habilidades um tanto quanto devastadoras (exceto algumas que são absolutamente inúteis e insatisfatórias). Quanto ao Noir, ele tem um estilo de gameplay que, como destacado em toda e qualquer review desse jogo, parece muito com as partes mais stealth de Arkham Asylum, “mas inferiores… blá blá blá… pronto, trollaiada: vosso deus-Batman não será colocado no mesmo nível que o Homem Aranha. Mas também aqui o desafio é fácil. Muito fácil.
Não vou nem falar dos chefes do game porque, sinceramente, não me lembro de algum que tenha efetivamente dado trabalho. E olha que eu não sou grandes coisas com o controle não, hein? O jogo é fácil. Simples assim. Tá bom que há níveis de dificuldade, mas, sejamos justos, não muda muita coisa.
Spider-Man: Shattered Dimensions
Porém, mesmo levando em consideração a história estapafúrdia, o estilo extremamente linear e os combates absurdamente fáceis, o jogo tem alguns aspectos que te fazem ficar com vontade de seguir jogando.
Pra começar, os gráficos são lindos. E não me venham com essa de “gráficos bons não significam um jogo bom”… Qualquer anta sabe disso, mas somente um pateta poderia ignorar o fato de que as grandes empresas de games sabem que gráficos bonitos atraem jogadores. Logo, gráficos bons são ponto positivo, sim. É simples raciocínio dedutivo.
Além disso, o aspecto sonoro do game é fantástico. Não falo nem de músicas ou onomatopeias de socos e chutes. Nem liguei muito pra isso. Mas os voice-actors são incríveis! Fazem o jogo ter toda uma graça maior do que poderia ter se fosse simplesmente uma leitura robótica do roteiro, o qual, diga-se de passagem, está abarrotado de frases engraçadíssimas, ditas pelos quatro Aranhas. Bom… o Noir não, porque ele é mal-humorado, mas os outros, sim. “With no paaaaaants!!!” (ri demais… joguem o game que também vão rir).
Spider-Man: Shattered Dimensions
Agora, o que mais me agradou foi um aspecto muito simples: a ausência da Mary Jane! Deus do céu! Já estava na hora daquela parasita sanguessuga ser deixada de lado numa aventura do Aranha. Putz! Já não aturava mais aquela ruiva enjoada causando mais problemas do que gerando soluções para a vida do nosso querido herói. Sem brincadeira, acho que esse aspecto empata com o senso de humordo game inteiro (tirando o final, pós-crédito, que achei uma palhaçada só… sem spoilers), que, para mim, foi o maior motivador da vontade de continuar jogando.
Por fim, deixa só voltar em uma questão simples: um aspecto que achei negativo do game está ligado ao fato de que eu não leio as revistas do Aranha. De nenhum dos quatro, diga-se de passagem. Então, por mais que houvesse dicas nas telas de loading, não pude deixar de me sentir um pouco deslocado da aventura, como se fosse minha obrigação saber mais sobre o(s) herói(s).
Spider-Man: Shattered Dimensions

No final das contas, Spider-Man Shattered Dimensions é um daqueles jogos que vale a pena você jogar não porque a experiência de gameplay é inovadora ou desafiadora; nem mesmo porque tem uma história interessante que te prende. Esse é um daqueles games bonitos, impecáveis no que diz respeito à atuação dos voice-actors, que, junto a um estilo de jogabilidade com o qual é fácil se familiarizar, prende o jogador porque consegue traduzir a essência do herói que lhe serve de protagonista: o carisma, o heroísmo e – mais importante – o agudo senso dehumor pastelão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário